quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A importância da ergoespirometria



A ergoespirometria, também conhecida como calorimetria indireta respiratória ou espirometria de circuito aberto, mensura a ventilação pulmonar e as trocas gasosas respiratórias por meio da análise dos gases oxigênio e gás carbônico. Conhecendo-se as frações de O2 e de CO2 inspirados, as diferenças com as medidas obtidas no ar expirado possibilitam a informação da quantidade de O2 consumido e de CO2 produzido. Esse teste fornece algumas variáveis aeróbias, fundamentais como ferramentas para o treinamento aeróbio.

Variáveis da ergoespirometria:

- O VO2max (consumo máximo de oxigênio) e os limiares ventilatórios: os principais indicadores da aptidão funcional cardiorrespiratória que tornam o monitoramento da intensidade do treinamento individualizado.

- A análise da economia de movimento e gasto energético: podem avaliar respectivamente a melhoria no rendimento da ação motora e mensurar o gasto energético individual de um indivíduo.

O consumo máximo de oxigênio (VO2max)é o índice que melhor representa a capacidade aeróbia, ou seja, ele denota a quantidade máxima de energia que um indivíduo pode produzir por meio do metabolismo aeróbio, sendo assim, indica o quão resistente uma pessoa pode vir a ser.

Os limiares configuram os dois momentos em que ocorrem aumentos desproporcionais da ventilação em relação ao consumo de oxigênio. O primeiro limiar (LAV1) representa o ponto de intensidade mínima para promover adaptações aeróbias. Já o segundo (LAV2) pontua o momento de transição do metabolismo aeróbio estável para o instável, com uma crescente contribuição do metabolismo anaeróbio e inexorável condução à fadiga. Tendo em mãos as freqüências cardíacas individuais correspondentes a cada limiar, consegue-se identificar qual é a zona predominantemente aeróbia para o treinamento e avaliar sua evolução, visto que quanto mais treinado estiver o individuo, mais os limiares se deslocam para um ponto superior na escala de intensidade (dada tanto em VO2 quanto na freqüência cardíaca correspondente).

Outro indicador fundamental, fornecido pela ergoespirometria, é a economia de movimento, sendo mensurada por meio do custo do oxigênio (VO2) para uma determinada carga, ou seja, se o rendimento do atleta melhora, este consegue produzir mais trabalho às custas de um mesmo consumo ou gasto energético. De acordo com a literatura especializada este índice é o maior responsável pela melhoria do desempenho por meio de treinamento nos atletas que já atingiram o alto nível em provas de fundo e meio fundo.

Finalmente, a mensuração do consumo de O2 fornece o gasto energético individual, visto que cada litro de oxigênio consumido equivale a aproximadamente 5 Kcal. Estudos atuais fazem uso desse teste para medição de dispêndio energético durante a prática dos mais diferentes tipos de atividade física e modalidades desportivas.

Chega-se à conclusão que a ergoespirometria constitui uma excelente ferramenta tanto para aferição do nível de condicionamento e prescrição de exercício quanto para mensuração de gasto energético humano.

Em outras palavras, tendo em mãos as suas variáveis, o treinador pode verificar o nível de condicionamento físico (VO2max), controlar a intensidade por meio dos domínios individuais, verificar a evolução das variáveis aeróbias mais comuns (VO2max e Limiares), aferir a economia de movimento e medir o gasto energético.

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