quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ergoespirometria : Teste ergonométrico associado à espirometria de esforço

É o nome do teste ergométrico associado à espirometria de esforço. Também conhecido como teste de esforço cardiopulmonar, vem sendo cada dia mais utilizado na avaliação de atletas e no diagnóstico de limitações respiratórias, cardíacas e metabólicas. O teste consiste em realizar um exercício progressivo em esteira ou bicicleta ergométrica, respirando por um dispositivo que permite a coleta de amostras do ar expirado.

O principal objetivo é medir a eficiência com que o seu corpo consegue utilizar o oxigênio do ar atmosférico, o que envolve o bom funcionamento e integração entre os pulmões, o coração e todo sistema circulatório. Uma falha em qualquer etapa deste processo pode dificultar o aumento do metabolismo, tornando uma simples caminhada mais desconfortável do que o esperado.Em graus variados, este desconforto pode ser considerado um sintoma, definido como intolerância aos esforços. Em medicina diagnóstica, esta é a principal indicação para o teste cardiopulmonar, ou seja, um cansaço excessivo, desproporcional ao exercício realizado. A análise dos dados coletados permite direcionar a investigação clínica sugerindo a causa do problema.

O consumo médio de oxigênio em repouso é algo em torno de 350ml por minuto. Normalmente, somos capazes de aumentar pelo menos 5 vezes este consumo ao realizar um esforço físico progressivo. Os atletas de alto nível conseguem aumentar este “metabolismo basal” em cerca de 20 vezes, significando uma grande capacidade de captar, transportar e metabolizar o oxigênio, gerando uma quantidade proporcional de energia e trabalho físico. A ergoespirometria é uma ferramenta poderosa no planejamento de treinamento de corrida e da reabilitação, sendo a melhor forma de acompanhar e documentar o aumento do consumo máximo de oxigênio e da tolerância ao esforço.

Além disso, o exame também revela a intensidade entre dois pontos estratégicos do exercício progressivo que se chama o Período de Tamponamento Isocápnico, que são o Limiar Anaeróbico (LA) e o Ponto de Compensação Respiratória (PCR).

O Limiar Anaeróbico (LA) indica a intensidade do exercício onde a captação do oxigênio se desequilibra (aproximadamente 60% do VO² máx) surgindo uma “leve queimação” na musculatura, acumulando uma quantidade suportável de ácido lático.

O Ponto de Compensação Respiratória (PCR) é onde o exercício torna-se desconfortável e o equilíbrio celular está ameaçado de fadiga. Este é o ponto mais avançado (aproximadamente 80% do VO² máx) onde ocorre o aumento da ventilação pulmonar, a chamada hiperventilação, estabelecendo a fronteira entre o exercício intenso estável e o pré-exaustivo.

Algumas pessoas não conseguem dar continuidade ao hábito de exercitar-se regularmente simplesmente porque “não gostam” da sensação que o exercício proporciona. Treinando fora do intervalo isocápnico, a intensidade do exercício pode ser insuficiente para melhorar a tolerância ao esforço, ou excessiva, transformando o exercício numa experiência extremamente desagradável.

Se você conhece alguém que “odeia” fazer ginástica ou praticar esportes, talvez esta pessoa tenha alguma limitação no transporte de oxigênio, ou apenas teve experiências frustrantes com intensidades inadequadas. De uma forma ou de outra, conhecer seus limites (ou limiares) é um bom começo para quem resolveu levar a sério as promessas de virada de ano.

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